Agenda Econômica Semanal – 7 a 13 de junho de 2021

IPCA e atividade estarão no radar da agenda doméstica

O IPCA de maio deve registrar alta de 0,74% puxado por combustíveis e energia elétrica. Dentre os dados de atividade, destaque para a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e a Pequisa Mensal de Serviços (PMS) de abril, que devem mostrar recuperação ante março diante do aumento de mobilidade.

O IPCA de maio (quarta-feira) deve acelerar de 0,31% para 0,74%, levando o índice a acumular alta de 7,96% no acumulado em 12 meses (de 6,76%). A maior pressão deve vir do acionamento da bandeira tarifária vermelha nível I nas contas de energia elétrica e dos combustíveis que voltaram a subir na 2ª quinzena do mês. Alimentos e itens industriais também devem seguir pressionando o indicador.

A FGV, por sua vez, divulga o IGP-DI de maio (terça-feira), cuja expectativa é de alta de 3,5%, acelerando ante abril (+2,22%), pressionado por commodities agrícolas e indústrias no atacado, como soja, milho, cana-de-açúcar e minério de ferro. Em 12 meses, o índice deve acumular alta de 36,691%. A dinâmica preocupante da inflação acrescida do contínuo avanço dos preços no atacado, e, agora, da preocupação com os problemas hídricos, que irá encarecer a energia elétrica (mediante a manutenção de bandeiras tarifárias mais caras por tempo prolongado), devem manter o viés de alta nas projeções de inflação de 2021 e 2022, pressionando o Copom para abandonar sua mensagem de “ajuste parcial” da Selic, o que resultaria numa taxa de juro mais alta no fim do ano.

As vendas do varejo restrito de abril (terça-feira) devem recuar 1,9% (MoM), refletindo o fraco comércio (-1,4%, MoM, Serasa). No conceito ampliado, que inclui material de construção civil e veículos, o varejo deve crescer 1,8% (MoM). Dá suporte à avaliação, o bom comércio de automóveis (9,9%, Fenabrave) e comerciais leves (23,4%, Fenabrave). A expansão do crédito, indicada pelas consultas ao SCPC (15,7%), também deve ajudar. No começo da semana (também na terça-feira), a Anfavea deve publicar seus números sobre o setor automobilístico de maio. Na sexta-feira, o setor de serviços de abril deve mostrar queda de 0,3% (MoM), em função do encarecimento dos combustíveis, impactando negativamente o setor de transportes.

No ambiente internacional, mercado ficará atento aos dados de atividade e à reunião do BCE. Na China, conheceremos as importações e exportações, que podem ajudar a calibrar as projeções para o ritmo de crescimento, que vem surpreendendo positivamente. Na Alemanha, conheceremos o índice ZEW de sentimento econômico referente a junho. Por fim, teremos a reunião de política monetária do BCE, que deve trazer uma leitura mais positiva da atividade econômica, mas com a inflação em patamar confortável.

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